Para quem pensa que triatlo é só para atletas e outro malucos, tá ai um belo exemplo que não é bem assim. Jennifer Lopez, atriz, cantora e agora também triatleta, completou a prova em Malibu em 2hs23. e ainda arrecadou U$127.000,00 para um hospital de crianças em Los Angeles. ela treinou por 6 meses, depois do nascimento dos seus gemeos Max e Emmy, como conta no video abaixo. Usou o treinamento para voltar a forma. Disse que estava se sentindo uma baleia quando viu uma prova na televisão. E pensou, porque não eu?
É um ótimo exemplo de vida sadia que um artista pode usar para influenciar outras pessoas, que infelizmente só tem sido dos piores, entre drogas, alcool etc.
Para os curiosos em tempos, este short triatlo foi de 800 m de natação (20:52), 29km de bike (1h14) e 6,4km (31:54) de corrida, mais as trocas..dando o total no tempo dela de 2h23...um belo tempo por ser a primeira vez e com pouco tempo de treino..
22 outubro 2008
03 outubro 2008
A primeira dúzia de maratonas -Ricardo Gondim
Ricardo Gondim, é um pastor evangélico muito conceituado, e fiquei contente em saber que este homem de Deus, é um corredor também, e aproveita sua tão afiada caneta para escrever este relato bem gostoso...Fala Pastor!!
Ricardo Gondim.
O primeiro sutiã, as meninas não esquecem. Aliás, ninguém esquece o primeiro qualquer coisa. Estreei em maratonas no ano 2000 e a alegria de cruzar a faixa de chegada me marcou tanto que nunca esqueci. E nunca mais parei. No domingo, 12 de outubro de 2008, se Deus quiser, tentarei a décima segunda maratona de minha vida.
Para os que não estão familiarizados com esporte, as duas provas nobres do atletismo são os cem metros rasos e a maratona. Vou escrever a quilometragem por extenso para deixar claro o grau de dificuldade de uma maratona: quarenta e dois quilômetros, cento e noventa e cinco metros. Não há dúvida, só cumprir o percurso, é um desafio monstruoso.
Minha mestiçagem é bem vira-lata. Meu pai chamava-se Eródoto e foi professor de história(!), mas a paixão do velho sempre foi esporte, qualquer um. Papai jogou como zagueiro do Corinthians na década de 1940 – beque-central, na época. Herdei o mesmo fascínio pelo esporte nos genes. Acontece que nunca consegui ser competitivo, não gosto de vencer adversários. Optei, então, por corrida.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas assumir um estilo de vida. O longo trajeto requer preparo. A rotina de um maratonista inclui acordar cedo, balancear dieta, reduzir peso e treinar, treinar, treinar... Todo bom corredor precisa disciplinar-se para desenvolver três fundamentos: rodagem, velocidade e força. A palavra rodagem já diz tudo, tem que acumular distâncias; para ganhar velocidade é preciso ir para uma pista curta e dar “tiros”, isto é, disparar como se quisesse ultrapassar um queniano; força, se adquire subindo ladeira – quanto mais íngreme e longa, melhor.
Alguém já perguntou se dói ou se passa o desconforto desse esforço físico. Meu parceiro de asfalto, Ed René Kivitz, diz que a dor faz parte do uniforme do atleta; e eu gosto de repetir: tudo na vida, antes de ser fácil, é difícil.
Correr maratona não é praticar um esporte, mas ganhar uma mestra. Antes do tiro da largada, junto com outros quarenta mil atletas, o coração da gente se acelera e o corpo se arrepia todo. Vem um medinho gostoso, já que ninguém sabe o que acontecerá depois do quilômetro trinta e quatro. Dos que largam, vários param com câimbra, alguns vomitam, outros desmaiam. Só os iniciados sabem a emoção de encarar esse perigo.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas aprender a transpor limites. Quando se acabam os estoques de carboidrato e glicose do sangue, a mente, que funciona como um motor “flexpower”, muda para queimar gordura; e o cérebro (que só se alimenta de açucar) passa a enviar mensagens ordenando que as pernas parem. Nesta hora, só os que madrugaram e suaram bastante transpõem o temido “paredão”.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas encarar fraquezas. Um maratonista experiente aprende a dosar seu esforço, ele não pode imaginar-se onipotente. Não adianta desembestar nos vinte quilômetros iniciais. Eu, com mais de 50 anos, já ultrapassei atletas profissionais bem mais jovens; sentados na calçada, soluçavam aos prantos, literalmente, porque foram afoitos.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas saber se assumir. Não adianta (sem trocadilhos) querer imitar os outros. Homens que se sentiriam humilhados se perderem para amputados, cegos e mulheres, dificilmente optam por maratona.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas celebrar o instante efêmero. A dureza dos meses de preparação, os galões de suor derramado, o esforço de controlar a dieta, são premiados por um simples momento, um átimo de tempo, quando se cruza a chegada. Alpinistas sobem montanhas perigosas, amargam vento e frio, só para alcançarem o topo e contemplar, por um pouquinho, o mundo de um jeito que poucos conseguem. O mesmo acontece com a maratona. Chorei em quatro maratonas só porque venci as minhas limitações para conquistar um desafio que parecia impossível. Parece pouco, mas para mim, aquela alegria valeu uma eternidade.
Hoje tracei trinta quilômetros de ruas e avenidas paulistanas. Acredito que já esteja preparado, mas, como aconteceu no ano passado (a corrida acabou abortada no quilômetro trinta devido ao calor e à umidade), não tenho a menor idéia de como vou terminar a minha maratona número 12. Se trouxer uma medalha no peito, pretendo exibi-la na capa do site.
Soli Deo Gloria.
O primeiro sutiã, as meninas não esquecem. Aliás, ninguém esquece o primeiro qualquer coisa. Estreei em maratonas no ano 2000 e a alegria de cruzar a faixa de chegada me marcou tanto que nunca esqueci. E nunca mais parei. No domingo, 12 de outubro de 2008, se Deus quiser, tentarei a décima segunda maratona de minha vida.
Para os que não estão familiarizados com esporte, as duas provas nobres do atletismo são os cem metros rasos e a maratona. Vou escrever a quilometragem por extenso para deixar claro o grau de dificuldade de uma maratona: quarenta e dois quilômetros, cento e noventa e cinco metros. Não há dúvida, só cumprir o percurso, é um desafio monstruoso.
Minha mestiçagem é bem vira-lata. Meu pai chamava-se Eródoto e foi professor de história(!), mas a paixão do velho sempre foi esporte, qualquer um. Papai jogou como zagueiro do Corinthians na década de 1940 – beque-central, na época. Herdei o mesmo fascínio pelo esporte nos genes. Acontece que nunca consegui ser competitivo, não gosto de vencer adversários. Optei, então, por corrida.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas assumir um estilo de vida. O longo trajeto requer preparo. A rotina de um maratonista inclui acordar cedo, balancear dieta, reduzir peso e treinar, treinar, treinar... Todo bom corredor precisa disciplinar-se para desenvolver três fundamentos: rodagem, velocidade e força. A palavra rodagem já diz tudo, tem que acumular distâncias; para ganhar velocidade é preciso ir para uma pista curta e dar “tiros”, isto é, disparar como se quisesse ultrapassar um queniano; força, se adquire subindo ladeira – quanto mais íngreme e longa, melhor.
Alguém já perguntou se dói ou se passa o desconforto desse esforço físico. Meu parceiro de asfalto, Ed René Kivitz, diz que a dor faz parte do uniforme do atleta; e eu gosto de repetir: tudo na vida, antes de ser fácil, é difícil.
Correr maratona não é praticar um esporte, mas ganhar uma mestra. Antes do tiro da largada, junto com outros quarenta mil atletas, o coração da gente se acelera e o corpo se arrepia todo. Vem um medinho gostoso, já que ninguém sabe o que acontecerá depois do quilômetro trinta e quatro. Dos que largam, vários param com câimbra, alguns vomitam, outros desmaiam. Só os iniciados sabem a emoção de encarar esse perigo.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas aprender a transpor limites. Quando se acabam os estoques de carboidrato e glicose do sangue, a mente, que funciona como um motor “flexpower”, muda para queimar gordura; e o cérebro (que só se alimenta de açucar) passa a enviar mensagens ordenando que as pernas parem. Nesta hora, só os que madrugaram e suaram bastante transpõem o temido “paredão”.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas encarar fraquezas. Um maratonista experiente aprende a dosar seu esforço, ele não pode imaginar-se onipotente. Não adianta desembestar nos vinte quilômetros iniciais. Eu, com mais de 50 anos, já ultrapassei atletas profissionais bem mais jovens; sentados na calçada, soluçavam aos prantos, literalmente, porque foram afoitos.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas saber se assumir. Não adianta (sem trocadilhos) querer imitar os outros. Homens que se sentiriam humilhados se perderem para amputados, cegos e mulheres, dificilmente optam por maratona.
Correr maratonas não é praticar um esporte, mas celebrar o instante efêmero. A dureza dos meses de preparação, os galões de suor derramado, o esforço de controlar a dieta, são premiados por um simples momento, um átimo de tempo, quando se cruza a chegada. Alpinistas sobem montanhas perigosas, amargam vento e frio, só para alcançarem o topo e contemplar, por um pouquinho, o mundo de um jeito que poucos conseguem. O mesmo acontece com a maratona. Chorei em quatro maratonas só porque venci as minhas limitações para conquistar um desafio que parecia impossível. Parece pouco, mas para mim, aquela alegria valeu uma eternidade.
Hoje tracei trinta quilômetros de ruas e avenidas paulistanas. Acredito que já esteja preparado, mas, como aconteceu no ano passado (a corrida acabou abortada no quilômetro trinta devido ao calor e à umidade), não tenho a menor idéia de como vou terminar a minha maratona número 12. Se trouxer uma medalha no peito, pretendo exibi-la na capa do site.
Soli Deo Gloria.
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